quinta-feira, setembro 27, 2007
terça-feira, setembro 25, 2007
Momento Lobo Mau
De vez em quando vou ao Google e ao ao Hi5 pesquisar pessoas de quem não gosto num exercício decadente de curiosidade mórbida. Quero saber, comparar, comentar até digerir a ira de sabe-se lá o quê e voltar, dócil, às obrigações profissionais e direitos domésticos.
Pelo lado de lá vejo desfiles de vaidades, semi nus libidinosos e falsas pretensas. Vejo mensagens codificadas e recados indirectos. Alguns para os meus. E espumo.
Os outros - menos lúcidos e afortunados que eu - dedicam-se ao mundo cibernético na esperança de que se ignorarem o mundo real ele deixará de existir. Imagino que não lidem bem com o real e se refugiem atrás de complexos de inferioridade pueris. Imagino que prefiram o falso ao real, a distância à proximidade. Imagino que esgotem minutos, hora, dias acumulados a fingir e a camuflar. De lado, empoeiradas, ficam as brincadeiras de crianças e as caricias de casal. Fica a vida lá fora.
Regresso ao mundo dos sãos - ou assim quero crer - com um profundo sentimento de vergonha. Só semelhante ao que sentia quando roubava à sucapa SG Filtros da lapela do casaco do meu pai, ou espreitava para dentro da casa da vizinha das mamas grandes.
Apercebo-me, às páginas tantas, que os pontos baixos do meu dia-a-dia são os pontos altos de muitos. E é nessa falsa premissa de superioridade odiável que sacudo os maus vibes dos ombros e sigo em frente como quem vê tudo com mais clariviênca que os outros. Pessoalmente prefiro um engate de bar.
Pelo lado de lá vejo desfiles de vaidades, semi nus libidinosos e falsas pretensas. Vejo mensagens codificadas e recados indirectos. Alguns para os meus. E espumo.
Os outros - menos lúcidos e afortunados que eu - dedicam-se ao mundo cibernético na esperança de que se ignorarem o mundo real ele deixará de existir. Imagino que não lidem bem com o real e se refugiem atrás de complexos de inferioridade pueris. Imagino que prefiram o falso ao real, a distância à proximidade. Imagino que esgotem minutos, hora, dias acumulados a fingir e a camuflar. De lado, empoeiradas, ficam as brincadeiras de crianças e as caricias de casal. Fica a vida lá fora.
Regresso ao mundo dos sãos - ou assim quero crer - com um profundo sentimento de vergonha. Só semelhante ao que sentia quando roubava à sucapa SG Filtros da lapela do casaco do meu pai, ou espreitava para dentro da casa da vizinha das mamas grandes.
Apercebo-me, às páginas tantas, que os pontos baixos do meu dia-a-dia são os pontos altos de muitos. E é nessa falsa premissa de superioridade odiável que sacudo os maus vibes dos ombros e sigo em frente como quem vê tudo com mais clariviênca que os outros. Pessoalmente prefiro um engate de bar.
terça-feira, setembro 18, 2007
Troca de sms entre duas mães sérias:
-Vais à reunião da escola às 18h30m?
-Of course. Bora sentar-nos juntas na secretária, atirar bolas de papel e cuspo à stôra e dizer mal da roupa das outras mães?
- Fechado.
Uma Rentree Tardia
O verão passou, entre ATLs improvisados, wild guesses sobre o que se terá passado com a Maddie McCann, correrias para a praia carregados de sacos de baldes e regadores, bujecas apressadas e cartões de crédito estrangulados por despesas inesperadas.
E agora? Não sei se o sindrome pós-férias existe mesmo, mas eu tenho-o. Aliás, tive o gajo antes mesmo de ir de férias. Cheguei a pensar que não valia a pena ir de férias já que, quando voltar, ando duas semanas abananada com o dobro do trabalho a tentar por-me a par do que se passou na minha ausência.
O impacto da parceria EDP/ Sonatrach no mercado do gás? Quem vencerá a luta interna no BCP? E o PSI baterá novos mínimos hostóricos?
Não sei, e sinceramente não queria muito saber. Mas aquela coisa chamada contrato de trabalho obriga-me a dar uma resposta supostamente informada. Saco do meu ar interessado e de quem respira mercados, respiro fundo e sigo em frente.
Sigo em frente com a sensação que vou seguindo de lado ao sabor das hipotecas e das expectativas alheias. Sigo em frente, entre tentativas patéticas de quebrar rotinas e lugares comuns. Em vão. Ou assim parece.
Resta-me o bronze, que durará mais umas semanas.E uma pilha de imagens das miúdas que, sofregas de vida, posam para as fotos manchadas de sal e envoltas de uma felicidade inconsciente que gostava que não passase nunca.
E agora? Não sei se o sindrome pós-férias existe mesmo, mas eu tenho-o. Aliás, tive o gajo antes mesmo de ir de férias. Cheguei a pensar que não valia a pena ir de férias já que, quando voltar, ando duas semanas abananada com o dobro do trabalho a tentar por-me a par do que se passou na minha ausência.
O impacto da parceria EDP/ Sonatrach no mercado do gás? Quem vencerá a luta interna no BCP? E o PSI baterá novos mínimos hostóricos?
Não sei, e sinceramente não queria muito saber. Mas aquela coisa chamada contrato de trabalho obriga-me a dar uma resposta supostamente informada. Saco do meu ar interessado e de quem respira mercados, respiro fundo e sigo em frente.
Sigo em frente com a sensação que vou seguindo de lado ao sabor das hipotecas e das expectativas alheias. Sigo em frente, entre tentativas patéticas de quebrar rotinas e lugares comuns. Em vão. Ou assim parece.
Resta-me o bronze, que durará mais umas semanas.E uma pilha de imagens das miúdas que, sofregas de vida, posam para as fotos manchadas de sal e envoltas de uma felicidade inconsciente que gostava que não passase nunca.