And the oscar goes to...

Eu gostava de ter visto a entrega dos Óscares. Infelizmente, entre fraldas, biberões e algumas horas soltas de sono, tal não foi possível. Também tinha roupa acumulada para passar a ferro e umas lãs para lavar à mão. E ainda havia o cocó da gata para limpar.

Mas mais do que os filmes, é o Jon Stewart e a passagem das estrelas ao longo da carpete vermelha que realmente importa.

E não é preciso ver os filmes para nos darmos conta da qualidade das ditas "profissionais do sector". Frases do género: "vesti o primeiro trapinho que me apareceu à frente" ou "os outros nomeados eram todos fantásticos" ou mesmo "sou uma pessoa normal, igual às outras" são razão mais do que suficiente para acreditar que estamos perante grandes actrizes. Ou isso ou nós é que somos uns idiotas por acreditarmos.

Eu gostava de saber quando foi a última vez que alguma destas "pessoas normais" limpou cocós de gata ou lavou umas lãs à mão.

Não sendo, todavia, imune e ao glamour, gostaria de apelar à extinção dos críticos de cinema da noite de entrega dos Óscares. É que eles destoam. São feios. Se for mesmo necessário ouvi-los (duvido) então, pelo menos, não os mostrem.

E ainda não sei como o Kodak Theather não apareceu nas listas dos melhores sítios para o engate. No meio de tantas celebridades milionárias, desequilibradas, em processo de divórcio, e em plena desintoxicação, as hipóteses de um tipo (ou tipa) se dar bem são elevadíssimas.

Se este tom ácido soa a dor de cotovelo, soa muito bem. E com toda a razão. As mamas e as contas bancárias daquelas tipas deixam-me nauseada.

E é envolta no meu roupão de "gente normal", pejado de borbotos e de cores desbotadas pelas inúmeras lavagens sem woolite que regresso aos afazeres domésticos. Espero que a gata não tenha feito mais cocó.