E o Óscar vai para...
Eu gostava de ter visto a entrega dos Óscares ontem à noite. Infelizmente, entre fraldas, biberões e algumas horas soltas de sono, tal não foi possível. Também tinha imensa roupa acumulada para passar a ferro e umas lãs para lavar à mão. E ainda havia o cocó da gata para limpar.
Aliás, não vi muitos dos filmes galardoados. Experimentem aguentar duas horas sentadas numa cadeira de cinema com uma barriga cheia de liquido amniótico e um amoroso bebé a pressionar a ciática.
Estes impedimentos são, aliás, comuns entre as grandes estrelas. O próprio Jon Stewart não viu todos os filmes nem teve o habitual mês e meio de preparação para a noite dos Óscares, devido ao nascimento da sua primeira filha.
Os prémios e o sexo
Mas não perdi a entrada do anfitrião e fui apanhando umas coisas aqui e ali. Um tipo qualquer ligava, por exemplo, “O Segredo de Brokeback Mountain”, “Capote” e “Transamerica” pelo tema da identidade sexual na America. Ora, a identidade não me interessa muito. O sexo, isso sim, faz vender bilhetes. Pelos menos a mim. Eu não vou obviamente desenvolver essa ideia, até porque ninguém me paga para isso mas aquilo soou-me inteligente, apesar do tipo ser da TVI.
Custa-me usar as palavras ‘identidade’ e ‘America” na mesma frase mas teve de ser. Não tenho nada contra a América. É graças ao MacDonalds que podemos obter um hambúrguer, uma dose de batatas fritas, uma coca-cola ou o telefone da menina por trás do balcão por apenas um euro. E depois acho que a América tem evoluído muito no que diz respeito à identidade do seu povo e à sua História. É só importar mais meia dúzia de castelos franceses e a coisa até se compõe.
E enquanto uns saboreavam a vitória, outros nem por isso. Apesar das cinco nomeações, "Munique" não foi galardoado. Atrevo-me a adivinhar que terá sido pela Academia de Cinema, Artes e Ciências norte-americana já não poder ouvir falar no Steven Spielberg. É pena não acontecer o mesmo em Portugal com o Manoel de Oliveira.
Feira das vaidades
Mais do que os filmes, a passagem das estrelas ao longo da carpete vermelha é o que realmente importa. O meu marido até se pode babar com os decotes e as rachas mas, para mim, aquelas gajas tresandam a falsidade.
Frases do género: “Esta manhã levantei-me e vesti o primeiro trapinho que me apareceu à frente” ou “Os outros nomeados para a mesma categoria que eu são todos fantásticos” ou mesmo “eu sou uma pessoa normal, igual a tantas outras” são um atentado à minha – mesmo que parca - inteligência.
Eu gostava de saber quando foi a última vez que alguma destas “pessoas normais” limpou cocós de gata ou lavou umas lãs à mão.
Falsos ou não, são todos bons como milho. Aliás, em prol do glamour, aproveito para apelar à extinção dos críticos de cinema da noite de entrega dos Óscares. É que eles destoam. São feios. Se for mesmo necessário ouvi-los então, pelo menos, não os mostrem.
Gente normal
E ainda não sei como o Kodak Theather não apareceu nas listas dos melhores sítios para o engate. No meio de tantas celebridades milionárias, desequilibradas, em processo de divórcio, e em plena desintoxicação, as hipóteses de um tipo se dar bem são elevadíssimas.
Se este tom ácido soa a dor de cotovelo, soa muito bem. E com toda a razão. As mamas e as contas bancárias daquelas tipas deixam-me nauseada.
E é envolta no meu roupão de “gente normal”, pejado de borbotos e de cores desbotadas pelas inúmeras lavagens sem woolite que regresso aos afazeres domésticos. Espero que a gata não tenha feito mais cocó.
2 Espreitadelas:
Querida Assessora, tens de comer mais açúcar...Tás cáustica, caraças!!! E o q interessa é que ganharam os pinguins...:):):)\
Atão vivó Puorto! e os pinguins, carago!
Espreitar
<< Home