Bebés, velhinhos e lares com vista sobre o mar
A pedido de muitas famílias, e passado este – não tão piqueno – interregno, regresso aqui muito envergonhada por esta inexplicada ausência. Não foi a vitória do Cavaco que me deixou sem palavras, embora essa também fosse uma explicação possível.
Na verdade, no passado dia 19 de Janeiro deixaram-me – literalmente falando – com um bebé nos braços. Acontece que, nestas ocasiões, e incompreensivelmente, uma gaja acaba sempre por ficar incomunicável e sem qualquer disponibilidade, seja para o que for.
É um fenómeno que muitos criticam e que eu própria tento combater mas que é inevitável. Senão vejamos, uma gaja:
- não dorme convenientemente;
- amamenta de 3 em 3 horas;
- na sequência da anterior não pode comer doces nem beber alcóol;
- fica gorda que nem um texugo e muitas vezes com incomodativas cicatrizes;
- recebe visitas constantes, algumas delas de pessoas de quem nem gosta;
- é proibida de todo o tipo de convívio íntimo, deboches e afins;
Ora, uma gaja não é de ferro. Mas acima de tudo a culpa é nossa. Das gajas. Porque tentamos fazer parecer que temos tudo absolutamente sob controlo. E há que admitir:
- muitas das vezes não fazemos puto ideia porque é que a criança está a chorar;
- frequentemente – normalmente a meio da noite – questionamo-nos se terá sido realmente uma boa ideia;
- deixamos o cotão acumular-se nos cantos e a roupa acumular-se no cesto da roupa suja;
- damos por nós a ser digamos que, desagradáveis, com os pais destes adoráveis bebés, que muitas vezes nem merecem porque até se prestaram à humilhação de comprar a FHM e a Maxmen para nos trazer à maternidade;
Por tudo isto, é quase incompreensível que as gajas se continuem a prestar a este papel. E no meu caso é particularmente grave porque eu já sabia. Esta é a minha segunda filha. Há umas teorias sobre como tem tudo a ver com as hormonas e com a necessidade de continuar a espécie e por aí fora.
Para mim só há uma explicação: nós damo-nos a todo este trabalho na esperança que os nossos filhos enriqueçam e nos comprem uma ‘bruta vivenda’ na Marisol ou nos proporcionem passar a velhice num daqueles condomínios para seniores do Grupo José de Mello (eu já vi um no Parque das Nações e outro na Marginal). Joaninha, se leres a mãe um dia mais tarde, eu estou mais virada para o da Marginal.
6 Espreitadelas:
epá, o da expo tb n me parece mal ...
Ah, ah, ah.... E não lhe deste com a FHM na cara?
Ó Rita, eu vou-te explicar ... eu adoro a FHM. Eu pedi-lhe mesmo que me trouxesse a revista!
Então boa sorte e coragem para a nova aventura!! Parabéns! :)
Parabéns, ó boa!
E o pior ainda está pra vir, digo eu q não percebo nada de filhos... Qd tiveres as tuas duas gaijas a gritar "Ó Mãããããeeee, MÃE, OLHA ELA a mexer nas minhas coisas!" Isso é q vai ser!
D. Ema
A cegonha foi malandra, han?
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