I’m a big, big girl
A vaca da Emília estava afinal a mentir quando disse “I’m a big, big girl in a big, big world”. É que por maiores que estejamos, o mundo continua a ser o mesmo beco minúsculo e malcheiroso de sempre. E eu estou em condições de o afirmar, Cá de cima dos meus 13 quilos extra.
Do ponto de vista territorial, o aquecimento global leva à sua progressiva inundação, diminuindo o território habitável do planeta.
Do ponto de vista cultural, a pequenez desta gente toda faz com que este mundo encolha mais que aquela camisola de lã que pus a lavar na máquina. A olhos vistos. Resta-nos vestir o mundo às bonecas?
E é aqui que a tacanhez do mundo ganha uma dimensão mística. Ora, se toda a gente com quem falo se queixa do mesmo e hasteia o civismo a bandeiras despregadas, das duas uma: ou eu me movo apenas entre os 0,1% decente da população mundial, ou a merda que por aí se faz é como as bruxas, os minetes e o voto no Sócrates.
Ou seja, não foi ninguém, ninguém fez, ninguém acredita, ninguém defende. Mas eles aí estão.
E é por estas e por outras que não sou de cá. Que tropeço nos pés das cadeiras, que me esgueiro mal jeitosa por entre gentes e portas. Que esbarro com esquinas, Que deito coisas abaixo.
Parem o mundo que eu quero sair!