Continuando a arrear no cego
(hoje é a vez dos queixumes dos enfermeiros)
Recentemente aventurei-me a regressar a um hospital. Faço de tudo para evitar, mas uma virose da minha filha tornou tal medida inadiável. Preparei-me com bolachas, fruta, água e uma reserva de boa disposição para fazer face a horas intermináveis de espera, desconforto e maus-tratos.
Eno para as náuseas causadas por enfermeiras e auxiliares que há muito desistiram de melhorar os serviços que prestam aos milhares de utentes do SNS.
Não é preciso um estudo de uma qualquer consultora de renome para concluir que o SNS está, de facto, de má saúde.
E escusam de me vir com o argumento de que os médicos são os melhores, as tecnologias as mais avançadas e por aí fora. Nem só de requisitos técnicos se fazem os cuidados de saúde. Estes são frequentemente dissociados da noção de dignidade e carinho a que temos direito. Sobretudo quando estamos doentes e fragilizados.
Listas de espera? Excesso de fluxo de doentes? Organizem-se. O problema não é do contribuinte. Que desconta gordas fatias dos rendimentos mensais em impostos e deduções. Que cumpre a sua parte do acordo. Cumpram os Sres também a vossa.
E para muitos esta ideia aparece aliada a elitismo. Uma ova.
É verdade que só quem paga um sistema de saúde paralelo tem direito a tais serviços de saúde. Eu própria lhes acedo com um cartão a que a minha filha tem direito através do pai.
Fala-se deles como se de uma doença se tratasse. Mas se tivesse opção, trocaria anos de descontos para a segurança social por um desses maléficos sistemas de saúde paralelos.
Não posso. Sou obrigada aos ditos descontos para a segurança social, em troca dos quais se me disponibilizam serviços de saúde precários e vergonhosos, que tratam os utentes como carga. Só quem pode pagará um segundo sistema de saúde. Talvez eu não esteja a ver bem as coisas, mas a mim, isso sim, parece-me elitismo.
Eu conheço vários médicos, a minha mãe é enfermeira num centro de saúde e tenho possibilidades financeiras de recorrer a consultas privadas. Tudo atenuantes. Mesmo assim, desespero, exaspero. E pergunto-me: e quem não tem estas alternativas?
É claro que os hospitais de gestão privada ganham dinheiro com os utentes. E depois? Se é isso que os obriga a prestar um serviço de qualidade, não vejo que daí venha algum mal ao mundo.
Por isso, Sres governantes, fiquem com o vosso bendito SNS que ele não é digno de prestar cuidados de saúde nem ao meu cão.
Damos entrada numa maternidade e questionamo-nos se não teremos entrado numa vacaria por engano. Dirigimo-nos ao centro de saúde da nossa área de residência e ficamos sob a impressão de que estamos no sítio errado. Somos atendidos numa urgência de um hospital e tratados como se nos estivessem a fazer um favor. Tentamos inteirar-nos do estado de saúde de um ente querido mas ele escapa-nos como que engolido pelo bicho papão que é o emaranhado de regras, horários, médicos inacessíveis e más vontades.
No fundo, deveríamos envergonhar-nos de precisar de serviços médicos. No fundo, somos a pior escumalha à face da terra por nos quedarmos ali, em salas de espera bafientas e sobrelotadas, como que ousando desafiar o sistema a funcionar.
Por isso, desta vez, levei a minha filha à urgência pediátrica de um qualquer hospital privado. Sem cunhas, sem avisos prévios. Despachei-me em menos de uma hora, sai com um diagnóstico e uma receita. Mas, acima de tudo, sai com dignidade intacta. Pela minha saúde.
PS - estes grunhidos dispensáveis não se aplicam aquela senhora. ali. chama-se Teresa, é minha mãe e é a enfermeira mai linda do mundo.
3 Espreitadelas:
"i just called to say i love you...".
a mana é minha e de mais ninguém. OUVIRAAAAM??????????? quando soube que a gaija ia ter um blog pensei, outra "pseudo-calquercoisa". mas afinal a miúda até arranha umas coisas, algumas a cheirar um bocado a perfume patcholi... eh eh eh. repito, A MANA É MINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
NÃO BATAS MAIS NO CEGUINHO, QUE O GAIJO DEPOIS NÃO CANTA...
aviso: algumas mentes menos nobres poderão não entender a piada. em caso de dúvida ou persistência dos sintomas consulte o seu farmacêutico... como é óbvio não vale a pena ir ao médico
este chorrilho de disparates incongruentes soa-me muito familiar ... err ... mana, quem te ler até achará que nutrirás, digamos, algum tipo de estima por mim. ambas sabemos que tal não é verdade. e tenho as marcas da violência infantil para provar. nha nha nha nha nha ...
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